segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Arauto do Sangue III: A Origem da Pedra Negra

Eles eram um povo esquecido em um ponto esquecido da constelação de Virgem, cujo planeta, Ricarium, era banhado por Spica, a estrela mais brilhante da constelação.
Os Ricariunois tinham uma divisão de castas bem simples, os Phari e os Sanguis. Os Phari cultuavam a alegria e a paz e buscavam constantemente o progresso de todos, já os Sanguis, que eram a maioria, viviam para a magia e faziam de tudo para aprender cada vez mais a usar a natureza a seu favor, inclusive seres elementais com os quais mantinham estreita relação. A paz entre as duas castas sempre estava por um fio, os Phari não aprovavam o uso de magia embora consultassem os Sanguis quando precisavam de respostas para demandas.
Como os Phari possuiam os recursos financeiros, cada vez que os Sanguis precisavam ir a uma das luas de Ricarium, seu planeta natal em busca de minerais e plantas especiais, eram obrigados a satisfazer os caprichos dos donos das naves espaciais. Os pedidos iam de pequenos favores ao sacrifício de vários Sanguis em batalhas mortais para diversão dos Phari.
Ao longo da história houveram muitas guerras entre as castas e em todas a vitória foi dos Phari, donos da tecnologia. Os Sanguis foram reduzidos a uma população de 1200 na ultima e mais sangrenta de todas as batalhas. Morreram 1200000 Sanguis para que 1200 conseguissem acesso a uma caverna que levava às profundezas do planeta.
Havia lá um templo mais antigo que o mais antigo morador de Ricarium. Lá os Sanguis conseguiriam sua vingança...
As escrituras falavam de um ser ali adormecido que tinha o poder de um Deus e poderia dividir com eles seu poder e conhecimentos. O ser era uma estátua de 15 metros e semblante demoníaco como nunca se viu. o corpo era totalmente coberto por escamas e espinhos grandes. Os pés eram circulares e possuiam um único dedo. As mãos eram garras com tres dedos cada, terminando em unhas que lembavam punhais. Possuia 6 olhos e uma cabeça descomunal.
Os Sanguis eram grandes, 2,5 metros de altura mas pareciam anões comparados à criatura.
O medo tomou conta deles, a maioria teria voltado atras se não fosse a influência de Oppida, seu mestre. Aos gritos ele ordenou silêncio a todos e começou o ritual que despertaria a criatura de seu sono milenar enquanto seus iguais morriam aos montes na superfície do planeta.
Os olhos do medonho ser começaram a se abrirem, sua mão direita, em uma velocidade inconcebível, agarrou o mestre dos apavorados Sanguis e o levou até a altura de seu rosto.
Oppida sentiu o hálito da morte bem de perto. Seu sangue batia a uma velocidade tão alta que ele suava sangue.
A criatura, em agradecimento pelo seu despertar, fez com que Oppida e todos os seus seguidores derramassem seu sangue cortando os pulsos e se alimentou dele. Nenhum deles pode resistir ao poder mental da criatura. Depois de saciada a sede por sangue, os reviveu com uma forma parecida com a sua, aberrações em tamanho menor e com apetite infinito por sangue. Oppida recebeu instruções de como criar a pedra através de alquimia ancestral e magia negra. Oppida e seus seguidores criaram 1200 pedras negras que seriam portais que os levaria a planetas onde, em tempo ancestral um ser de poder quase infinito se dedicou a ajudar no desenvolvimento das criaturas que neles viviam.
A criatura era inimiga deste ser e fora derrotada por ele em tempos imemoriais e aprisionada por encantamento em sono profundo, que seria eterno não fosse a intervenção de Oppida e os seus.
A criatura ensinou a Oppida e seus seguidores como viajar através da magia da pedra negra e ir para os portais semelhantes a Stonehange da Terra, colocados pelo ser ancestral nos mundos para viajar e levar ajuda, paz e conhecimento aos diferentes seres humanoides pelo cosmo infinito. No passado ancestral ele era cultuado nesses monumentos e aguardado com ansiedade pelos líderes dos povos visitados.
Antes de derrotar o bestial ser devorador de sangue, temendo ser seguido por ele aos locais onde oferecia sua ajuda, o ser celestial deixou em cada um dos templos portais parte de sua pele com um encantamento que tornaria impossível à Besta de sair do portal.
O Ser Celestial derrotou a Besta e a aprisionou em Ricarium, um planeta distante da constelação de Virgem e nunca mais voltou pois não seria necessário. A Besta jamais acordaria por seus próprios meios. Caso acordasse, ela exterminaria a todos e dormiria de novo quando não houvesse mais sangue para drenar. A Besta não poderia sair de Ricarium, os encantamentos cuidariam disso.
A Besta sabia que não poderia sair de Ricarium e sua vingança seria o extermínio de todos os humanoides ajudados pelo Ser Celestial. Para isso criou os 1200 filhos de seu ódio pelos humanoides protegidos do Celestial. As pedras seriam encolhidas e enviadas aos templos de todo o universo, pegando carona no rastro de luz do Celestial.
Ao chegar nos templos ela exerceria influência sobre os nativos para que de lá fosse retirada e banhada em sangue, que na quantidade exata, abriria caminho para as criaturas entrarem e também enviaria a pedra de Volta a Ricarium de tempos em tempos para manter a Besta desperta e poderosa. Cada pedra tinha autonomia para visitar 2 mundos antes de voltar a Ricarium para ser esvaziada do sangue coletado e receber energia da Besta para as viagens entre os mundos.
Na Terra, local onde o ser Celestial costumava voltar a cada 4000 anos, sacerdotes de um tempo mais antigo que a história descobriram a pedra negra e resistiram ao seu poder o suficiente para descobrir que o pedaço de pele do Ser Ancestral tinha poderes sobre a pedra negra. Depois de tentarem destruí-la de todas as formas sem sucesso, enrolaram a pedra no couro e a mantiveram longe dos olhos das pessoas por vários séculos.
Os Guardiões da pedra negra tinham vida curta e sofrida. Ela não os dominava mas drenava suas vidas e raros eram os Guardiões que viviam até os 30 anos.
Com o passar dos séculos, os Guardiões descobriram que a pedra devia ficar longe da luz, embrulhada no couro e que ficava menos forte quando os Guardiões eram todos de uma mesma família. Os laços de sangue, amor e a disposição de morrerem uns pelos outros a enfraqueciam.
Mulheres jamais deveriam se aproximar da pedra no período menstrual sob pena de serem dominadas por ela. Foram várias as mulheres sacrificadas por perderem o controle nesse período e tentarem fazer sacrifícios para a pedra.
A Pedra Negra foi mantida sob controle a custa de muito sacrifício e dor. Magos Negros da Terra souberam da existência dela e de tudo fizeram para conseguir o artefato. Sempre foram derrotados e a pedra era mudada para lugares de difícil acesso à magia.
Os guardiões tiveram seu temor aumentado quando os Magos Negros criaram jogos de RPG tendo a Pedra Negra como objeto de infinito poder e despertaram nos jogadores a ideia da existência da pedra e, consequentemente, a curiosidade e o desejo por possuí-la.
Templos e Igrejas foram invadidos, bibliotecas destruídas e todo tipo de tentativas aconteceram para achar a pedra negra, até mesmo os soldados de Hitler procuravam pela pedra durante a guerra.
Os Guardiões a esconderam em locais óbvios e a pedra ficou esquecida por muito tempo, tornando-se uma lenda pra grande maioria.
Ficou escondida até Marco a descobrir e contar para Hugo e Israel, que exterminaram os últimos guardiões dela para se tornarem donos do poder da Pedra Negra...

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Isso Irrita!

Se tem um lugar onde você presencia ao vivo o desrespeito e o desamor pelo próximo, esse lugar é o estacionamento do supermercado(hiper e mini tanto faz).
Não basta a sacanagem de, de novo, eliminarem as sacolinhas plasticas dos caixas, os preços abusivos em certos itens, um preço na gondola outro no caixa, ainda tem o estacionamento....
Domingo, fui a dois mercados, um atacadista e o outro de uma rede razoavelmente grande aqui em São Paulo. Como fui acompanhar um casal de amigos, decidi esperar no estacionamento. 
Pude ver com indignação a atitude das pessoas.
Teve um Gerson(sempre quer levar vantagem) que simplesmente furou a fila de entrada do estacionamento e ficou falando no celular enquanto mulher e filha entraram no mercado.
Inúmeras pessoas retiravam as compras dos carrinhos e simplesmente encostavam o carrinho vazio na traseira do carro estacionado ao lado ou em uma vaga destinada a carros.
A distancia é curta para deixar o carrinho no lugar certo, mas a falta de respeito, civilidade, carinho pra não falar coisa pior, é maior que tudo.
Deu nojo, Vi algumas com adesivos de igreja, criticas ao governo e etc... no para-brisa do carro e atitude foi a mesma, deixaram o carrinho encostado no carro de outro.
Só vi 2 pessoas colocarem o carrinho no lugar certo em 2 horas e 30 min que fiquei ali olhando.
Nem os idosos que tanto reclamam de seus direitos demonstraram respeito pelo próximo.
Culpar a quem se o País não anda, se, mesmo nas mínimas coisas as pessoas não demonstram educação e respeito???



comente!!!

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Poema Grupal (Facebook)


Aquele homem sentado a beira da estrada.
Só estava sentado, mais nada.
Toda aquela gente passava
Cada um do seu jeito o olhava...
Tres o acharam cansado,
Talvez, pensaram, carregasse algum pesado fardo...
Teve um que achou que ele estava pensando na vida,
Afinal, é necessário pensar na vida.
Dois passaram e pensaram que ele esperava alguém,
Parte da vida a gente passa esperando alguém!
A grande maioria, dez, achou que ele só estava sentado,
Nada mais havia ou haveria, só estava sentado.
Deixando a vida passar é o que faz a maioria 
Apenas fica sentada vendo passar o dia...
Quem fica sentado ainda contribui
Para o movimento do universo que sempre flui
E leva quem passa a pelo menos um pouco refletir
Antes de seu caminho seguir.
Nada na vida é inútil,
Até mesmo um homem sentado a beira do caminho é útil.
Obrigado a quem gastou um tempo pra comentar
Saiba que assim você me ajudou a criar.
Você que só leu também ajudou,
Pois se leu e não respondeu, pensou.
Quando propus a questão num post anterior
Era pra fazer um desafio criador
Você escolheria
O caminho que tomaria
Essa poesia.
Eu a escreveria.
Tudo terminado,
Espero que tenham gostado 
E a todos meu muito obrigado!

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Arauto do Sangue II: A Chegada Em Huram

Hugo e a pedra negra apareceram num monumento semelhante a Stonehenge em Huram, pequena lua de Angredoes, um dos planetas de uma galáxia a vários anos-luz da Terra.
A gravidade parecia semelhante a da Terra, pouco importava, Hugo intuia que, fossem quais fossem as condições do lugar, seu corpo se adaptaria.
Olhou para a pedra, tão pequena que caberia em sua mão, pensou em destrui-la, mas teve medo de que caso o fizesse, também morresse.
Ainda estava nítido em sua mente o cenário que vivera e presenciara na Terra. Todos os amigos e conhecidos agora deveriam estar mortos. A culpa maior era dele que, querendo os poderes dela, destruira a vida de Israel, seu melhor amigo. O sangue de Israel fora o primeiro a alimentar os poderes da pedra negra, que trouxera, sabe-se lá de onde, as horrendas criaturas através da passagem nela criada com o sangue de incontáveis pessoas. As criaturas chegaram uma a uma até o total de 1200, número suficiente para exterminar a vida na Terra. A sede por sangue era interminável, sugerindo a Hugo um longo período sem se alimentarem. Seriam as horrendas criaturas capazes de ficarem sem alimento por séculos?
Como aquela família que havia exterminado em companhia de Israel tinha conseguido manter a pedra negra inativa por tanto tempo?
As respostas a essas perguntas talvez significassem vingança e liberdade.
A pedra precisava de sangue, Hugo soube assim que saiu do centro do monumento e olhou os seres muito semelhantes aos humanos dançando ao redor pelo lado de fora. Queria avisá-los do perigo mas não podia, a pedra negra o comandava e, provavelmente não saberia falar a lingua deles.
Os seres pararam de dançar e olhavam aquele estranho ser parecido com eles só que muito mais alto e todo manchado com um líquido viscoso que lembrava sangue. A pedra negra, escondida na mão do Arauto vibrava levemente.
Hugo, agora era o Arauto do Sangue, aquele que precederia a extinção de todos aqueles seres, inocentes ou não.
Caminhou para a saída da formação de pedras secularmente arranjadas em círculo, como a nossa Stonehenge. Quem as colocara ali? Quem colocou as da formação semelhante na Terra?
Ao chegar á parte onde sairia do círculo de pedras, seu corpo foi ficando mais pesado, cada passo parecia pesar toneladas, tudo em seu corpo era dor. Sentiu que cairia se continuasse. Não podia parar, a pedra não permitiria, ele soube.
Não poderia ficar e não sabia se conseguiria dar o passo seguinte, suas pernas pesavam toneladas...
Um dos seres, parecendo o que seria um ancião na Terra, aproximou-se de Hugo e o saudou na língua local. O Arauto, sem saber como, entendeu a saudação e respondeu que vinha das estrelas para aquela lua, Huram, trazendo a paz que seus senhores haviam prometido. Também disse, sem poder comandar o que sua boca dizia, que precisaria de sacrifícios de sangue para a aplacar a ira que haviam despertado por não obedecerem as regras dos Deuses Ancestrais. Prometeu ao Ancião que ele seria poderoso e teria tudo que quisesse, bastando para isso, que os sacrifícios começassem já naquele dia. O sangue de bebes nascidos no dia anterior seriam todos impuros e deveriam ser sacrificados aos Deuses Ancestrais. O sangue deveria ser todo retirado através de um corte na garganta que separasse a cabeça do corpo de cada bebe, que deveria estar  preso pelos pés e com a cabeça para baixo. Seriam 12 bebes de cada vez. Tudo aconteceria em um altar que já existia nas montanhas próximas ao local onde estavam, era só levar os bebes e fazer o sacrifício quando a pedra negra estivesse no centro do altar encaixada em um orifício a ela destinado.
Hugo chorava e as lágrimas não saiam, só as palavras que sua boca dizia mas que ele não comandava, era a pedra falando através dele.
O Ancião, entre temeroso e determinado, estendeu a mão para pegar a pedra negra das mãos de Hugo ao comando dela dado pela boca de Hugo, o Arauto do  Sangue.
Hugo queria de toda forma reagir, não conseguia.
Os seres, que lembravam os druidas terrestres, partiram com a pedra e Hugo não conseguia sair do círculo de pedras, cada vez que tentava, seu corpo ficava mais pesado e dolorido. Simplesmente não podia se aproximar da saída que, ironicamente não possuía portas, nem precisava, a barreira era invisível...
Não parava de pensar nos horrores que viriam. A sede de poder estava nos olhos do Ancião. Ele faria tudo o que fora ordenado. O Arauto sabia. Ele era a testemunha viva do poder da cobiça.
Só restava a ele aguardar e ser novamente testemunha de outro massacre em nome da cobiça de alguns e da fome insaciável de outros.
Sentado no centro da formação de pedras, local onde podia ficar sem dor ou peso excessivo dos membros inferiores, o Arauto do Sangue viu alguém se aproximando do local. A fêmea era linda e corajosa, enquanto todos seguiram o Ancião, ela ficou e se aproximou de Hugo sem demonstrar medo. O Arauto levantou-se e aguardou, era quase tudo que poderia fazer.
Nada do que ela disse Hugo entendeu. Tentou falar e, para sua surpresa, a voz saiu:
- Saia daqui e destrua a pedra, ela vai fazer todos serem exterminados!
Ela nada entendeu. Hugo lembrou de Israel e de Marco, ambos tinham o hábito de dizerem que, se não fossem entendidos, desenhariam.
Com o dedo, desenhou o horror que estava nítido em sua mente em detalhes no chão.
A "mulher" olhou, olhou e, assustada fez gestos para o Arauto, perguntando através deles se era o que aconteceria caso continuassem a contrariar os Deuses Ancestrais.
Hugo, desesperado, negou com a cabeça, aquilo aconteceria quando a pedra negra estivesse banhada em sangue, explicou através de gestos.
Ela, finalmente entendendo Hugo, fez gesto para que ele a seguisse. O Arauto não podia sair do círculo sob pena de morrer, explicou, através de gestos novamente.
Ela se foi e ele ficou fazendo  o que podia fazer. Esperar.
Em um tempo que lhe pareceu uma eternidade, ela voltou em companhia de outros seres, dentre eles um que não parecia ser daquela lua.
O ser caminhou diretamente na direção do Arauto do Sangue e, como quem reconhece um inimigo, interrogou mentalmente:
- Quanto tempo até começar?
Hugo respondeu também mentalmente:
- Já começou, assim que o sangue das crianças banhar a pedra negra, eles vão começar a vir e não haverá mais como resistir ao poder da pedra e depois ao deles, quando ficarem fortes o suficiente.
- Sabe como combatê-los?
- Não sei, quando fui mandado para cá, eles já haviam exterminado praticamente toda a raça humana.
- Minha missão é proteger essa lua com minha vida. Precisa haver uma forma...
- Espere, na Terra havia um grupo de pessoas que mantinha a pedra negra longe da luz e do sangue, envolta em uma espécie de couro com uns caracteres estranhos. Também o círculo de pedras estava parcialmente destruído.... Falou Hugo, sabendo que talvez não sobrevivesse à destruição do mesmo.
- Sou Cauã, o protetor de Huram! Exclamou o ser.
Cauã fora deixado em Huram pelos Guardiões da Natureza há vinte anos e deveria observar a formação onde estavam e destruir os seres que por ali chegariam. Os Guardiões eram seres gigantescos que não caberiam naquela lua de forma alguma. Tão gigantescos eram que não eram percebidos.
A descrição que o Arauto do Sangue deu dos seres horríveis que entrariam em Huram através da pedra negra batia com a que os Guardiões lhe deram. Possuía poderes que o tornavam um superser comparado aos demais mas sabia que não poderia enfrentar os Ricariunois, nome dos drenadores de sangue, tão antigos quanto os Guardiões.
Era Cauã também um Arauto, só que com a missão de impedir o ataque e, consequentemente, o extermínio de toda uma raça.
- Você sabe que tenho que destruir esse lugar não é?
- Sei, e também sei que provavelmente morrerei com isso. Vá em frente.
Cauã com gesto pediu a todos que se afastassem e, com força sobrenatural para um humano, começou a derrubar a formação ancestral.
De longe, um dos seguidores do Ancião que levara embora a pedra negra, correu para avisar seu mestre do que estava acontecendo. O Ancião, com os olhos revirados e enegrecidos, ordenou que um grupo atacasse os destruidores do Templo enquanto apressava os preparativos para os sacrifícios.
A batalha foi sangrenta, muitas mortes depois e um templo parcialmente destruido, com pedras de algumas toneladas espalhadas pelo chão e o Arauto do Sangue encolhido no centro foi o resultado.
Cauã, mesmo muito ferido era o único em pé ao término da luta.
De seu ponto de observação, Hugo tudo assistiu sem poder intervir. Cada pedra que caia do círculo era aumento de dores em seu corpo. Quando Cauã atirou uma das pedras de toneladas sobre um grupo que acabara de matar o último dos seus aliados, Hugo viu algo que estava sob a pedra.
Era um couro igual ao que vira enrolado na pedra negra no dia em que matou Israel.
Chamou Cauã e lhe mostrou o que poderia salvar Huram do extermínio, pelo menos enquanto a pedra nele estivesse enrolada.
Cauã queria terminar de destruir a formação de pedras, foi ai que Hugo lhe contou que na Terra a formação igual àquela estava muito mais destruída e, ainda assim, provavelmente todos foram exterminados. Era mais urgente envolver a pedra negra naquele couro e mantê-la longe da luz.
Cauã foi ao local onde os sacrifícios já haviam começado, o sangue de 12 bebes já banhava a pedra, que já estava adquirindo o brilho avermelhado que precederia a vinda de seus mestres, os Ricariunois, e sua sede insaciável de sangue. Seu tamanho já era o dobro de quando chegara em Huram.
O Ancião e seus seguidores atacaram Cauã que os dizimou e foi mortalmente ferido pelo Ancião que morreu em suas mãos. Cauã em seus últimos momentos, enrolou a pedra no couro e a enterrou o mais profundo que pode em uma caverna próxima dali. Morreu com um sorriso no rosto. Sorriso dos que cumprem a missão que lhes foi dada.
Hugo continuou ali, sentado. O tempo passou e passou...
O Arauto adormeceu e acordou em um lugar horrível e cheio de pedras negras. Sua mente foi se perdendo, já não racionava, foi lentamente perdendo a noção de tudo.
Em Huram, alguns seres encontraram uma caverna com um esqueleto enorme caído sobre um buraco parcialmente fechado onde, após algumas escavações, foi encontrada uma estranha pedra negra embrulhada em um couro com inscrições em uma língua estranha.
Um deles sacou uma arma e começou a atirar nos outros. A pedra negra seria dele, só dele...

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Alguns Softwares Legais de Usar

Bem, já faz algum tempo que não posto algo sobre softwares que facilitam o dia-a-dia de nós, apaixonados por computadores.
Deixarei aqui uma lista com alguns dos que acho mais importantes no uso constante com uma breve descrição e, para baixá-los, clique no próprio nome do programa.

aTube Catcher - Acho ótimo quando o assunto é baixar e converter para o formato desejado os videos do Youtube. O programa é totalmente grátis e baixa diretamente do Youtube, Stage6, MySpace,Dailymotion, Google Vídeos, etc... É leve e intuitivo, além de ser também em portugues. Também permite gravar tudo que voce ve na tela, fazer dvd com o que baixar. É mais rápido baixar com ele do que assistir nos sites, além do que, estando no seu computador, voce assiste quando quiser. Vem com alguns programas no instalador, eu não uso nenhum deles. É só tomar cuidado na instalação e desmarcar todos os 'X'. Só no antivirus oferecido que voce deverá escolher a opção 'i decline' para não instalar, o resto é só desmarcar o 'x'.

ConvertXtoDVD - O melhor e mais fácil programa para converter seus vídeos e filmes em dvd. Suporta os principais formatos da internet  (Xvid, MOV, VOB, MPEG, MPEG4, MP4, AVI, WMV, DV e streams). O dvd fica como os profissionais com menu, legendas separadas, etc. Voce cria o dvd com 3 ou 4 cliques. Aqui coloco a versão grátis para teste.

WinRAR - Animal para compactar e descompactar os arquivos da internet. O único que usa mais de um núcleo de processamento da CPU. Não é o que deixa os arquivos em menor tamanho mas é o mais usado. A versão aqui é gratis por 40 dias, depois voce pode usar pra sempre apenas fechando a janela que pede o registro. Antes de baixar verifique seu sistema operacional e se ele é de 32 ou 64 bits no caso do windows.

qBittorrent - Na minha opinião o melhor para baixar no formato torrent, tão popular nos sites de download. Além de tudo, possui um sistema de buscas integrado para pesquisar diretamente sem necessidade de estar nos sites. Em portugues, grátis e fácil de usar.

Everest Home Edition - Quer saber sobre a placa mãe, memória, disco rígido e etc..., e do sistema operacional, como Service Pack e versão do DirectX, etc...? Esse é o programa. Em portugues, grátis e fácil de usar. Aviso importante: não se atualizará mais, poderá ficar obsoleto com o tempo e não conseguirá detectar informações de hardware e software  mais recentes.

Espero que gostem, no futuro, talvez, mais alguns.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

ETs, Eles Estão Entre Nós, Esperando...

Ele saia pontualmente às 5:00 horas todos os dias da semana e voltava às 24:00 horas. Sempre vinha com uma mala grande que retirava na porta da casa antes de estacionar o carro.
O que passou a intrigar ainda mais um de seus vizinhos foram alguns sons ininteligíveis que ouvia vindos da casa do Estranho, como todos o chamavam. Seu nome era Peter alguma coisa, ninguém conseguia pronunciar seu sobrenome.
Era um zumbido constante e que nunca aumentava ou diminuia, sempre baixinho.
A casa sempre estava às escuras, mesmo quando Peter estava lá.
Ciro, seu vizinho mais curioso, perdia noites de sono observando e ouvindo atentamente os sons vindos da casa de Peter.
Em suas observações notou que Peter, o estranho, era excessivamente branco e parecia emitir um certo brilho nos olhos como o dos animais no escuro. Também notou que o estranho não aparentava possuir pelos pelo corpo, uma vez que, pelo binóculo com que o observava, notou que não possuía barba ou sobrancelhas. Outras partes do corpo, à exceção das mãos e do rosto nunca eram visíveis.
Peter tinha uma descamação no rosto constante e parecia sempre estar com frio pois não tirava o sobretudo que usava sempre que era visto.
Ciro não aguentava mais de tanta curiosidade e decidiu entrar na casa de Peter, o estranho, na sua ausência.
Esperou que Peter saísse no domingo, dia em que todos estão mais preguiçosos e domem até mais tarde, e levou a cabo suas intenções.
Sabia o quanto era errado o que faria mas não hesitou, queria por fim a pelo menos parte daquele mistério que tirava seu sono e o sossego.
Arrombou a porta dos fundos da casa com todo cuidado para não levantar suspeitas. Munido de uma lanterna e uma faca escondida no cinto da calça, entrou.
A escuridão era total, exceto pela luz que a lanterna propiciava. Chegou à sala, nenhum móvel estava lá, o mesmo na cozinha. Subiu as escadas, abriu a porta de um dos quartos e também nenhum móvel havia.
O segundo quarto estava trancado e alguns sons, além do constante zumbido, eram ouvidos, não dava para distinguir o que eram, o medo e vontade de sair dali começaram a tomar conta de Ciro. Quem ou o que estaria produzindo os barulhos?
Se saísse jamais saberia. Foi com esse pensamento que começou a forçar a porta, que custava a ceder.
O suor escorria em bicas, a garganta seca, as pernas e mãos tremulas ante a expectativa...
Os sons cessaram assim que a porta começou a abrir com um rangido que acordaria até defuntos segundo a percepção exaltada de Ciro, que temia o que encontraria no quarto.
Tomou coragem e, antecedido pela luz da lanterna, entrou.
Seu coração parecia que saltaria pela boca quando a luz iluminou um deles. Era um ser pequeno, quase do tamanho de uma criança, com uma cabeça desproporcionalmente grande para o tamanho do corpo. Os olhos eram imensos e sem sobrancelhas ou pálpebras. A boca era diminuta, não possuía orelhas aparentemente. A pele era levemente acinzentada.
A criatura buscou sair da claridade e Ciro não conseguia se mexer, preso à surpresa. Outros vultos eram visíveis e Ciro dirigiu a luz na direção deles. Eram todos semelhantes e não era possível distinguir um do outro, tamanha a semelhança.
Ciro contou cinco seres. A luz da lanterna dançava pelo aposento de um lado para o outro, iluminando cada um dos seres que alcançava.
A lanterna caiu da mão de Ciro quando iluminou um dos cantos do lugar. Ali estavam empilhados ossos de várias pessoas ao lado de um estranho aparelho que emitia um zumbido. Só os ossos, muitos ossos.
Ciro ficou paralisado quando as criaturas se moveram na escuridão em sua direção. Temia ter o mesmo fim dos donos daqueles ossos jogados no canto daquele quarto. Queria correr, gritar, lutar, qualquer coisa menos ficar ali parado.
Só pode aguardar enquanto as criaturas se aproximavam. Um torpor tomava conta dele à medida que chegavam mais perto. Um deles fez um gesto e uma leve e azulada luz transformou a escuridão em penumbra.
Estavam em semicírculo ao seu redor e olhando para seus olhos, unica parte do corpo que podia mover. Se foram horas ou minutos, não saberia dizer, perdeu a noção de tempo.
Peter chegou. A penumbra diminuiu um pouco e ficou acinzentada. Peter começou a olhar para as criaturas e todas saíram do quarto.
Em sua voz sibilante, falou:
- Muito bem, Ciro.
- Por que?
Ciro, achando que não conseguiria falar, articulou uma resposta:
- Curiosidade e burrice. Balbuciou.
- Você sabe que a curiosidade matou o gato, não é?
- Não quero morrer! respondeu Ciro, ainda mais assustado.
- Por que pensa que vai morrer?
- Aqueles ossos...
- São de pessoas há muito falecidas e que usamos para criar um remédio para muitas doenças. Respondeu Peter com algo que pareceu um riso.
- Mas, as criaturas não são humanas. Elas não se alimentam de seres humanos?
- Claro que não, embora adorem carne crua!
- Eles comem carne de animais somente?
- Não. Se faltar a carne animais, eles provavelmente voltarão a comer carne humana.
Ciro, apavorado, afirmou:
- Se você não os alimentar, eles irão devorar as pessoas da vizinhança?
- Primeiro serão os animais de estimação, depois...
Ciro, temendo pelo rumo da conversa, ficou calado e tentava desesperadamente se mexer. Não era possível, só olhos e boca funcionavam. Pensou em gritar por socorro mas temeu o que lhe aconteceria antes do socorro chegar, se viesse.
- Vejamos, falou Peter, te dou a eles como refeição, te deixo em um lugar de onde não voltará ou te mato e enterro no quintal depois de tirar todos os seus ossos?
Ciro gemeu, Suas calças estavam molhadas, soube, mesmo não podendo sentir ou mover-se.
Peter olhou serio para Ciro e revelou:
- Estamos buscando formas de evitar o fim de vocês, humanos. O planeta está morrendo, e com ele, vocês!
- Algumas doenças já extintas no passado estão voltando de forma mais difícil de tratar.
- Os recursos naturais estão caminhando para não mais existirem.
- A natureza, para se manter em funcionamento, está vendo vocês como o inimigo a ser destruído e está mudando as condições para dificultar ao máximo a sua sobrevivência com terremotos, erupções, mudanças climáticas e etc...
- Vocês serão exterminados antes que exterminem tudo!
- Fomos nós que demos a vocês as ferramentas para o desenvolvimento industrial e maneiras para modificar a natureza. Somos responsáveis indiretamente pelo que fazem e viemos tentar ajudar de novo ou exterminá-los de vez!
- A primeira leva de nós veio para estudá-los e ver se o desenvolvimento era sustentável.
- Claro que alguns de nós somos canibais e achamos vocês um prato suculento...
- Estamos nesse momento criando remédios que curarão quase todas as doenças e buscando o contato com os governantes para influenciar a mudança. Caso não funcione, a maioria de vocês virará gado para alimentar várias raças e o restante será usado como escravos.
- Não iremos permitir que seres inferiores destruam o equilíbrio do universo.
- Nossos governantes sabem de vocês?
- Sim. Todos sem exceção sabem de nós. Uns mais, outros menos. Todos sabem.
- Então vocês sempre estiveram entre nós?
- Sim, estudando, ensinando e comendo algumas centenas de vocês!
- O prazo final é breve. Não poderemos adiar mais. Vocês melhoram ou viram comida e escravos.
- Eu não sabia da existência de vocês nem que seriam juízes da raça humana. Não é justo!
- Os Avatares sempre foram enviados a vocês por nós e vocês não lhes deram ouvidos, preferindo rezar sem nunca mudar de verdade.
- Só estamos aguardando que os últimos de boa índole mudem a coisa ou morram tentando...
- Você vai me matar?
Não, seria suspeito e, quando mudarmos essa pequena de muitas bases, ninguém irá acreditar em você, como não acreditam nos abduzidos.
Assim, após um tempo que não soube calcular, Ciro virou mais um dos atormentados que buscam convencer a todos do que viu e ouviu deles, que estão entre nós aguardando...



comente, é bom e eu gosto!

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Arauto do Sangue: A Pedra Negra

Olhando paralisado para aquela pedra negra, Hugo viu tudo que perdera para consegui-la. Matara seu melhor amigo e companheiro de tantas outras aventuras para não ter que dividir a pedra negra que daria poderes incomparáveis ao seu dono.
O sangue de muita gente fora derramado pela posse da pedra. Hugo e Israel, seu melhor amigo, haviam matado uma família inteira para tomá-la. Até um bebe fora morto pela dupla.
Sentiria saudades de Israel, pensava Hugo. Foram muitas aventuras e desventuras até descobrirem a existência da pedra negra citada em um livro de RPG.
Marco, outro parceiro de jogos e algumas aventuras, foi quem lhes falou onde poderia estar a pedra negra do jogo. Havia uma casa próxima de onde moravam em que as pessoas tinham um comportamento assustado e desafiador. Os vizinhos evitavam os moradores da casa que sempre tinha as luzes apagadas fosse qual fosse o horário do dia ou da noite, nem mesmo quando o bebe chorava elas eram acesas. Muitos diziam ouvir sons estranhos vindos da casa e os animais domésticos enlouqueciam e fugiam do contato com os moradores da casa nas raras vezes em que saiam, geralmente a noite.
Marco, por morar mais próximo da casa escura, como todos a chamavam, observara por um bom tempo a casa e seus moradores. Havia um comodo que mesmo a luz do dia não iluminava quando a janela era esquecida aberta. Certa vez viu um dos meninos com a pedra na mão e os olhos fora das orbitas olhando hipnotizado para a pedra negra. Ao seu redor tudo era escuridão. Só se via o garoto e a pedra.
Marco quase morreu de susto quando o garoto olhou para ele. Não conseguia se mexer ou articular palavras, só medo, um terror inexplicável pelo que viu ou imaginou ter visto nos olhos do garoto por um minuto que lhe pareceu toda uma eternidade no inferno. A coisa parou quando o pai do garoto tomou a pedra de suas mãos, o agrediu com um soco e fechou a janela. Quando o pai do garoto tocou na pedra, a claridade tomou conta  de todo o ambiente e Marco julgou ter visto vários seres medonhos olhando em sua direção.
Apavorado, correu e contou para os amigos, que, a partir daquele momento, decidiram sem precisarem falar, que seriam os donos da pedra negra.
Armados até os dentes, Hugo e Israel invadiram a casa e começaram a atirar em tudo que se movia na escuridão agora eliminada pelas lanternas e buracos feitos no teto da casa pelos tiros que a dupla disparava com esse fim. Mataram todos, até o bebe, que mais parecia um rascunho de demônio. O pai foi o ultimo, morreu na porta do quarto medonhamente escuro onde a pedra era guardada.
A pedra estava enrolada em uma espécie de couro onde se viam estranhos caracteres em uma língua cuneiforme, provavelmente escrita de um povo esquecido pelo tempo.
Hugo, ao tocar na pedra, perdeu os sentidos. Israel, mais prudente, pegou na parte coberta pelo couro e nada sofreu, aparentemente. Sentiu vontade de matar o amigo ali mesmo enquanto ele estava desmaiado. Não o fez.
Quando Hugo acordou estava na casa de Israel, que olhava hipnotizado para a pedra negra, parecendo estar em outro lugar. Tão absorto estava que não percebeu a faca em suas mãos e o brilho da cobiça em seu olhar. Foram tantas facadas desferidas no amigo que Hugo perdeu a conta.
O sangue de Israel espirrou na pedra, que passou a brilhar em seu tom escuro, parecendo viva.
Hugo só conseguia pensar, não podia se mover. A pedra o possuíra, disso ele tinha certeza. Viu que nunca seria dono dela e sim o contrário, estava irremediavelmente preso a ela enquanto durasse sua vida.
Sangue, ha muito tempo ela não era banhada por ele.
Seus malditos guardiões a privaram por seculos do sangue.
Precisava estar banhada em sangue para dominar o mundo e permitir a vinda deles para esse planeta.
O sangue da humanidade alimentaria seus senhores por meses...
Precisava de seu mais novo escravo para começarem os rituais de sacrifício e muito sangue humano para estar mergulhada.
Ordenou a Hugo que destruísse o pergaminho sagrado que a impedira de dominar completamente a família que era sua guardiã e sabia controlar sua ânsia por sangue humano. Por muitas gerações eles a deixaram sem sangue, o que diminuia sua força. Usara os olhos de um dos guardiões para fazer contato com Marco naquele dia.
O normal seria um dos guardiões ter matado Marco para que não dissesse a ninguém que vira a pedra negra. Erro que custou a vida de todos os guardiões que a vigiavam dia e noite.
Hugo saiu da casa com a pedra no bolso interno de seu sobretudo negro, invadiu um berçário e sangrou todas as crianças que viu, coletando o sangue derramado em uma banheira onde cuidadosamente colocou a pedra. Policiais invadiram o prédio, mais sangue que Hugo ofereceu a pedra negra, que já não cabia na banheira. Ela crescera até o tamanho de um homem. Dentro da pedra já se viam vultos aguardando...
A pedra negra emitia um som rouco e durador que atraiu centenas de pessoas ao prédio. Elas faziam fila para entrar no berçário e se ajoelhavam na frente da pedra para que Hugo lhes decepasse a cabeça, fazendo seu sangue jorrar, encharcando-a cada vez mais de sangue.
Hugo chorava, queria fugir dali mas não podia, sua vontade não contava, era a pedra no comando.
O poder da pedra aumentava exponencialmente na medida que era banhada em sangue. Agora já eram milhares na fila para serem sacrificados.
Hugo viu o primeiro deles sair da pedra, um horror indescritível tomou conta de seu ser. Para descrever o indescritível não existem palavras. Ele teria infartado não fosse a pedra a mante-lo sob controle.
O olhar da criatura era um passeio nos nove circulos do inferno, não viu outras emoções, só um ódio indescritível pelos seres humanos e uma fome insaciável por sangue.
Sentiu que morreria naquele momento.
A criatura o olhou por mais um instante e ele soube da terrível verdade. Não morreria. Depois de trazer todos para servirem o próprio sangue para a criatura e seus companheiros teria seu corpo modificado para buscar mundos em companhia da pedra negra onde existissem humanóides para sevirem de alimento.
Seria o arauto da maldita raça de tomadores de sangue.
Alguns que chegavam na fila tinham as cabeças arrancadas pelas próprias criaturas em sua sede insaciável. Já havia 12 deles no berçário. O cheiro de sangue era  insuportável. Outros homens estavam sendo usados para empilharem os cadáveres, seriam drenados por ultimo.
A pedra parara de crescer e se tornara avermelhada em um tom próximo ao do sangue humano.
Os 12 seres monstruosos não paravam de beber o sangue nem de matar as pessoas que formavam a fila tal qual gado em abatedouro, sabiam que iriam morrer mas não podiam lutar contra isso.
Alguns meses depois as criaturas eram 1200 e a raça humana estava próxima da extinção.
Hugo e a pedra negra foram enviados a uma lua em uma galáxia distante onde seres muito parecidos com os humanos dançavam e brincavam em torno de um templo de pedras circulares...