Olhando paralisado para aquela pedra negra, Hugo viu tudo que perdera para consegui-la. Matara seu melhor amigo e companheiro de tantas outras aventuras para não ter que dividir a pedra negra que daria poderes incomparáveis ao seu dono.
O sangue de muita gente fora derramado pela posse da pedra. Hugo e Israel, seu melhor amigo, haviam matado uma família inteira para tomá-la. Até um bebe fora morto pela dupla.
Sentiria saudades de Israel, pensava Hugo. Foram muitas aventuras e desventuras até descobrirem a existência da pedra negra citada em um livro de RPG.
Marco, outro parceiro de jogos e algumas aventuras, foi quem lhes falou onde poderia estar a pedra negra do jogo. Havia uma casa próxima de onde moravam em que as pessoas tinham um comportamento assustado e desafiador. Os vizinhos evitavam os moradores da casa que sempre tinha as luzes apagadas fosse qual fosse o horário do dia ou da noite, nem mesmo quando o bebe chorava elas eram acesas. Muitos diziam ouvir sons estranhos vindos da casa e os animais domésticos enlouqueciam e fugiam do contato com os moradores da casa nas raras vezes em que saiam, geralmente a noite.
Marco, por morar mais próximo da casa escura, como todos a chamavam, observara por um bom tempo a casa e seus moradores. Havia um comodo que mesmo a luz do dia não iluminava quando a janela era esquecida aberta. Certa vez viu um dos meninos com a pedra na mão e os olhos fora das orbitas olhando hipnotizado para a pedra negra. Ao seu redor tudo era escuridão. Só se via o garoto e a pedra.
Marco quase morreu de susto quando o garoto olhou para ele. Não conseguia se mexer ou articular palavras, só medo, um terror inexplicável pelo que viu ou imaginou ter visto nos olhos do garoto por um minuto que lhe pareceu toda uma eternidade no inferno. A coisa parou quando o pai do garoto tomou a pedra de suas mãos, o agrediu com um soco e fechou a janela. Quando o pai do garoto tocou na pedra, a claridade tomou conta de todo o ambiente e Marco julgou ter visto vários seres medonhos olhando em sua direção.
Apavorado, correu e contou para os amigos, que, a partir daquele momento, decidiram sem precisarem falar, que seriam os donos da pedra negra.
Armados até os dentes, Hugo e Israel invadiram a casa e começaram a atirar em tudo que se movia na escuridão agora eliminada pelas lanternas e buracos feitos no teto da casa pelos tiros que a dupla disparava com esse fim. Mataram todos, até o bebe, que mais parecia um rascunho de demônio. O pai foi o ultimo, morreu na porta do quarto medonhamente escuro onde a pedra era guardada.
A pedra estava enrolada em uma espécie de couro onde se viam estranhos caracteres em uma língua cuneiforme, provavelmente escrita de um povo esquecido pelo tempo.
Hugo, ao tocar na pedra, perdeu os sentidos. Israel, mais prudente, pegou na parte coberta pelo couro e nada sofreu, aparentemente. Sentiu vontade de matar o amigo ali mesmo enquanto ele estava desmaiado. Não o fez.
Quando Hugo acordou estava na casa de Israel, que olhava hipnotizado para a pedra negra, parecendo estar em outro lugar. Tão absorto estava que não percebeu a faca em suas mãos e o brilho da cobiça em seu olhar. Foram tantas facadas desferidas no amigo que Hugo perdeu a conta.
O sangue de Israel espirrou na pedra, que passou a brilhar em seu tom escuro, parecendo viva.
Hugo só conseguia pensar, não podia se mover. A pedra o possuíra, disso ele tinha certeza. Viu que nunca seria dono dela e sim o contrário, estava irremediavelmente preso a ela enquanto durasse sua vida.
Sangue, ha muito tempo ela não era banhada por ele.
Seus malditos guardiões a privaram por seculos do sangue.
Precisava estar banhada em sangue para dominar o mundo e permitir a vinda deles para esse planeta.
O sangue da humanidade alimentaria seus senhores por meses...
Precisava de seu mais novo escravo para começarem os rituais de sacrifício e muito sangue humano para estar mergulhada.
Ordenou a Hugo que destruísse o pergaminho sagrado que a impedira de dominar completamente a família que era sua guardiã e sabia controlar sua ânsia por sangue humano. Por muitas gerações eles a deixaram sem sangue, o que diminuia sua força. Usara os olhos de um dos guardiões para fazer contato com Marco naquele dia.
O normal seria um dos guardiões ter matado Marco para que não dissesse a ninguém que vira a pedra negra. Erro que custou a vida de todos os guardiões que a vigiavam dia e noite.
Hugo saiu da casa com a pedra no bolso interno de seu sobretudo negro, invadiu um berçário e sangrou todas as crianças que viu, coletando o sangue derramado em uma banheira onde cuidadosamente colocou a pedra. Policiais invadiram o prédio, mais sangue que Hugo ofereceu a pedra negra, que já não cabia na banheira. Ela crescera até o tamanho de um homem. Dentro da pedra já se viam vultos aguardando...
A pedra negra emitia um som rouco e durador que atraiu centenas de pessoas ao prédio. Elas faziam fila para entrar no berçário e se ajoelhavam na frente da pedra para que Hugo lhes decepasse a cabeça, fazendo seu sangue jorrar, encharcando-a cada vez mais de sangue.
Hugo chorava, queria fugir dali mas não podia, sua vontade não contava, era a pedra no comando.
O poder da pedra aumentava exponencialmente na medida que era banhada em sangue. Agora já eram milhares na fila para serem sacrificados.
Hugo viu o primeiro deles sair da pedra, um horror indescritível tomou conta de seu ser. Para descrever o indescritível não existem palavras. Ele teria infartado não fosse a pedra a mante-lo sob controle.
O olhar da criatura era um passeio nos nove circulos do inferno, não viu outras emoções, só um ódio indescritível pelos seres humanos e uma fome insaciável por sangue.
Sentiu que morreria naquele momento.
A criatura o olhou por mais um instante e ele soube da terrível verdade. Não morreria. Depois de trazer todos para servirem o próprio sangue para a criatura e seus companheiros teria seu corpo modificado para buscar mundos em companhia da pedra negra onde existissem humanóides para sevirem de alimento.
Seria o arauto da maldita raça de tomadores de sangue.
Alguns que chegavam na fila tinham as cabeças arrancadas pelas próprias criaturas em sua sede insaciável. Já havia 12 deles no berçário. O cheiro de sangue era insuportável. Outros homens estavam sendo usados para empilharem os cadáveres, seriam drenados por ultimo.
A pedra parara de crescer e se tornara avermelhada em um tom próximo ao do sangue humano.
Os 12 seres monstruosos não paravam de beber o sangue nem de matar as pessoas que formavam a fila tal qual gado em abatedouro, sabiam que iriam morrer mas não podiam lutar contra isso.
Alguns meses depois as criaturas eram 1200 e a raça humana estava próxima da extinção.
Hugo e a pedra negra foram enviados a uma lua em uma galáxia distante onde seres muito parecidos com os humanos dançavam e brincavam em torno de um templo de pedras circulares...
O sangue de muita gente fora derramado pela posse da pedra. Hugo e Israel, seu melhor amigo, haviam matado uma família inteira para tomá-la. Até um bebe fora morto pela dupla.
Sentiria saudades de Israel, pensava Hugo. Foram muitas aventuras e desventuras até descobrirem a existência da pedra negra citada em um livro de RPG.
Marco, outro parceiro de jogos e algumas aventuras, foi quem lhes falou onde poderia estar a pedra negra do jogo. Havia uma casa próxima de onde moravam em que as pessoas tinham um comportamento assustado e desafiador. Os vizinhos evitavam os moradores da casa que sempre tinha as luzes apagadas fosse qual fosse o horário do dia ou da noite, nem mesmo quando o bebe chorava elas eram acesas. Muitos diziam ouvir sons estranhos vindos da casa e os animais domésticos enlouqueciam e fugiam do contato com os moradores da casa nas raras vezes em que saiam, geralmente a noite.
Marco, por morar mais próximo da casa escura, como todos a chamavam, observara por um bom tempo a casa e seus moradores. Havia um comodo que mesmo a luz do dia não iluminava quando a janela era esquecida aberta. Certa vez viu um dos meninos com a pedra na mão e os olhos fora das orbitas olhando hipnotizado para a pedra negra. Ao seu redor tudo era escuridão. Só se via o garoto e a pedra.
Marco quase morreu de susto quando o garoto olhou para ele. Não conseguia se mexer ou articular palavras, só medo, um terror inexplicável pelo que viu ou imaginou ter visto nos olhos do garoto por um minuto que lhe pareceu toda uma eternidade no inferno. A coisa parou quando o pai do garoto tomou a pedra de suas mãos, o agrediu com um soco e fechou a janela. Quando o pai do garoto tocou na pedra, a claridade tomou conta de todo o ambiente e Marco julgou ter visto vários seres medonhos olhando em sua direção.
Apavorado, correu e contou para os amigos, que, a partir daquele momento, decidiram sem precisarem falar, que seriam os donos da pedra negra.
Armados até os dentes, Hugo e Israel invadiram a casa e começaram a atirar em tudo que se movia na escuridão agora eliminada pelas lanternas e buracos feitos no teto da casa pelos tiros que a dupla disparava com esse fim. Mataram todos, até o bebe, que mais parecia um rascunho de demônio. O pai foi o ultimo, morreu na porta do quarto medonhamente escuro onde a pedra era guardada.
A pedra estava enrolada em uma espécie de couro onde se viam estranhos caracteres em uma língua cuneiforme, provavelmente escrita de um povo esquecido pelo tempo.
Hugo, ao tocar na pedra, perdeu os sentidos. Israel, mais prudente, pegou na parte coberta pelo couro e nada sofreu, aparentemente. Sentiu vontade de matar o amigo ali mesmo enquanto ele estava desmaiado. Não o fez.
Quando Hugo acordou estava na casa de Israel, que olhava hipnotizado para a pedra negra, parecendo estar em outro lugar. Tão absorto estava que não percebeu a faca em suas mãos e o brilho da cobiça em seu olhar. Foram tantas facadas desferidas no amigo que Hugo perdeu a conta.
O sangue de Israel espirrou na pedra, que passou a brilhar em seu tom escuro, parecendo viva.
Hugo só conseguia pensar, não podia se mover. A pedra o possuíra, disso ele tinha certeza. Viu que nunca seria dono dela e sim o contrário, estava irremediavelmente preso a ela enquanto durasse sua vida.
Sangue, ha muito tempo ela não era banhada por ele.
Seus malditos guardiões a privaram por seculos do sangue.
Precisava estar banhada em sangue para dominar o mundo e permitir a vinda deles para esse planeta.
O sangue da humanidade alimentaria seus senhores por meses...
Precisava de seu mais novo escravo para começarem os rituais de sacrifício e muito sangue humano para estar mergulhada.
Ordenou a Hugo que destruísse o pergaminho sagrado que a impedira de dominar completamente a família que era sua guardiã e sabia controlar sua ânsia por sangue humano. Por muitas gerações eles a deixaram sem sangue, o que diminuia sua força. Usara os olhos de um dos guardiões para fazer contato com Marco naquele dia.
O normal seria um dos guardiões ter matado Marco para que não dissesse a ninguém que vira a pedra negra. Erro que custou a vida de todos os guardiões que a vigiavam dia e noite.
Hugo saiu da casa com a pedra no bolso interno de seu sobretudo negro, invadiu um berçário e sangrou todas as crianças que viu, coletando o sangue derramado em uma banheira onde cuidadosamente colocou a pedra. Policiais invadiram o prédio, mais sangue que Hugo ofereceu a pedra negra, que já não cabia na banheira. Ela crescera até o tamanho de um homem. Dentro da pedra já se viam vultos aguardando...
A pedra negra emitia um som rouco e durador que atraiu centenas de pessoas ao prédio. Elas faziam fila para entrar no berçário e se ajoelhavam na frente da pedra para que Hugo lhes decepasse a cabeça, fazendo seu sangue jorrar, encharcando-a cada vez mais de sangue.
Hugo chorava, queria fugir dali mas não podia, sua vontade não contava, era a pedra no comando.
O poder da pedra aumentava exponencialmente na medida que era banhada em sangue. Agora já eram milhares na fila para serem sacrificados.
Hugo viu o primeiro deles sair da pedra, um horror indescritível tomou conta de seu ser. Para descrever o indescritível não existem palavras. Ele teria infartado não fosse a pedra a mante-lo sob controle.
O olhar da criatura era um passeio nos nove circulos do inferno, não viu outras emoções, só um ódio indescritível pelos seres humanos e uma fome insaciável por sangue.
Sentiu que morreria naquele momento.
A criatura o olhou por mais um instante e ele soube da terrível verdade. Não morreria. Depois de trazer todos para servirem o próprio sangue para a criatura e seus companheiros teria seu corpo modificado para buscar mundos em companhia da pedra negra onde existissem humanóides para sevirem de alimento.
Seria o arauto da maldita raça de tomadores de sangue.
Alguns que chegavam na fila tinham as cabeças arrancadas pelas próprias criaturas em sua sede insaciável. Já havia 12 deles no berçário. O cheiro de sangue era insuportável. Outros homens estavam sendo usados para empilharem os cadáveres, seriam drenados por ultimo.
A pedra parara de crescer e se tornara avermelhada em um tom próximo ao do sangue humano.
Os 12 seres monstruosos não paravam de beber o sangue nem de matar as pessoas que formavam a fila tal qual gado em abatedouro, sabiam que iriam morrer mas não podiam lutar contra isso.
Alguns meses depois as criaturas eram 1200 e a raça humana estava próxima da extinção.
Hugo e a pedra negra foram enviados a uma lua em uma galáxia distante onde seres muito parecidos com os humanos dançavam e brincavam em torno de um templo de pedras circulares...
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